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Tempestades Solares Afetam Satélites Starlink

Tecnologia Espacial

Pesquisas recentes indicam uma correlação preocupante entre o aumento da atividade solar e a vida útil dos satélites Starlink da SpaceX. O estudo, ainda aguardando revisão por pares, sugere que o aumento das tempestades solares, particularmente durante períodos de máximo solar, encurta significativamente a vida operacional desses satélites. Isso se deve à atividade geomagnética, que aquece e expande a atmosfera superior da Terra. Essa expansão atmosférica aumenta o arrasto nos satélites, forçando-os a retornar à atmosfera mais rápido do que o inicialmente previsto.

Reentrada Acelerada e Risco Aumentado

A pesquisa rastreou a reentrada de centenas de satélites Starlink entre 2020 e 2024, período marcado pela crescente atividade solar. A análise revelou que, durante tempestades geomagnéticas intensas, a vida útil dos satélites pode ser reduzida em 10 a 12 dias. Embora pareça um pequeno período de tempo, essa redução pode prejudicar a capacidade da SpaceX de realizar reentradas controladas, potencialmente levando a reentradas descontroladas em velocidades mais altas. Essa velocidade aumentada, de forma contraintuitiva, pode diminuir a desintegração e aumentar a chance de fragmentos de detritos maiores atingirem a superfície da Terra.

Preocupações Crescentes em uma Órbita Lotada

Esta questão é ainda mais complicada pelo grande número de satélites Starlink atualmente em órbita – mais de 7.500, com planos de uma expansão maciça. O aumento da frequência de reentradas de satélites, potencialmente atingindo ocorrências diárias nos próximos anos, exige uma compreensão mais profunda do impacto da atividade solar. Isso é crucial não apenas para mitigar o risco de reentradas descontroladas e detritos, mas também para gerenciar o espaço cada vez mais lotado ao redor do nosso planeta. O estudo destaca a necessidade urgente de modelagem orbital aprimorada, incorporando os efeitos da atividade geomagnética para melhorar as estratégias de prevenção de colisões e prever melhor a vida útil dos satélites.

Embora a SpaceX mantenha que quaisquer detritos resultantes não representem risco, um incidente passado envolvendo um fragmento significativo de Starlink caindo em uma fazenda destaca o potencial de danos. Mais pesquisas são necessárias para avaliar com precisão o risco associado a reentradas de alta velocidade e o potencial de detritos maiores impactando a Terra.

Fonte: Gizmodo