Sempre fui fascinado por soluções inovadoras para os nossos desafios energéticos, e esta realmente chamou a minha atenção. Lembram-se daquelas centrais hidroelétricas de bombagem, que usam reservatórios para armazenar energia? Bem, uma startup chamada Sizable Energy está a levar esse conceito para o oceano. É uma proposta interessante e acho que tem potencial real.

A ideia básica é simples. Imaginem dois grandes sacos flexíveis: um a flutuar na superfície, o outro a descansar no fundo do mar. Quando a energia é barata (pensem em tardes de sol ou noites de vento), bombeiam água super salgada do saco de baixo para o de cima. Depois, quando a energia é necessária, deixam a água salgada fluir de volta para baixo, girando turbinas para gerar eletricidade. Na prática, eles estão a levantar um bloco de sal.

O que acho particularmente interessante é o potencial para produção em massa. A hidroelétrica bombeada em terra requer barragens construídas sob medida para cada local. Como tudo é idêntico, independentemente do local de implantação final, será possível otimizar a produção. Já testaram pequenos modelos e estão a planear uma planta de demonstração completa até 2026. Cada turbina gera cerca de 6 a 7 megawatts de eletricidade, então este será um grande passo para todos.

Porquê o oceano?

A Sizable espera produzir em massa a tecnologia, movendo a energia hidrelétrica bombeada para o oceano, algo que não é realmente possível em terra. Cada vez que se constrói uma hidroelétrica bombeada em terra, é necessário projetar uma barragem de concreto para aquele local específico e adaptar a tecnologia ali. A construção offshore permite-lhes agilizar a produção, e tudo o que fazem é idêntico, independentemente do local de implantação final.

Pensem nisso: estes reservatórios subaquáticos poderiam ser emparelhados com parques eólicos offshore, partilhando a mesma ligação à costa e reduzindo custos. Eles acreditam que o armazenamento de energia de longa duração é necessário não apenas para a integração de energias renováveis, mas também para tornar a rede resiliente. Concordo. Precisamos de algo novo para acompanhar a energia hidrelétrica bombeada tradicional ou as baterias.

Claro, não está isento de desafios. A implantação e manutenção de equipamentos nessas profundidades exigirão grande capacidade de engenharia, e o impacto ambiental precisa de ser cuidadosamente considerado. No entanto, a perspetiva de armazenamento de energia em larga escala e com baixo custo é demasiado apelativa para ser ignorada.

Isto poderia realmente mudar o jogo se a Sizable conseguir, tornando a energia renovável mais fiável e acessível. Se conseguirem fornecer armazenamento de energia por 20€ por kilowatt-hora (cerca de 23$), cerca de um décimo do custo de uma bateria à escala da rede, isto poderá mudar o jogo.